Mais de 40 milhões rechaçam farsa eleitoral! Maior boicote da história do país!
Os números são significativos, pois nas eleições de 2014, na ocasião caracterizado por AND como “o maior boicote à farsa eleitoral da história, até então”, o número de boicote atingiu 38 milhões de pessoas. Aproximadamente 2 milhões de pessoas a mais recusaram-se a dar aval ao próximo governo
reacionário. O número de boicote eleitoral certamente é ainda maior, pois não são contabilizados nesse cálculo aqueles maiores de 18 anos que têm seu título cancelado por não participar há anos da farsa eleitoral e que não regularizaram seu título por descrédito e repúdio ao processo farsesco – situação na qual se encontram uma quantidade considerável de pessoas, porém não contabilizadas pela Justiça Eleitoral.
Para se ter uma ideia da dimensão do boicote eleitoral e do repúdio popular à farsa eleitoral e seu velho regime: o dito primeiro colocado, o fascista Jair Bolsonaro/PSL, recebeu apenas 33,4% de votos se considerarmos todos os aptos a votar e não apenas os "votos válidos" (ele recebeu 49 milhões de votos para um total de 147,3 milhões de brasileiros aptos a votar). Foram, portanto, quase 100 milhões o número de pessoas que não afiançaram o primeiro colocado nesse primeiro turno.
O boicote eleitoral expressou-se também nas eleições estaduais, para governadores.
Na eleição para governador do estado do Rio de Janeiro, aproximadamente 4,7 milhões de pessoas boicotaram o processo de farsa eleitoral, equivalendo a 42% do eleitorado. O candidato dito primeiro colocado, Wilson Witzel/PSC, não conseguiu superar o rechaço popular, ficando apenas com 41% dos votos válidos (votos válidos excluem abstenções, nulos e brancos). Se fôssemos calcular sua porcentagem levando em conta o número de boicote, os votos de Witzel representaria apenas aproximadamente 25% do total do eleitorado.
No estado de Minas Gerais, a eleição para governador também foi um rotundo fracasso: o boicote eleitoral foi aderido por aproximadamente 6 milhões de pessoas (votos nulos, brancos, abstenções ou votos anulados), equivalente a 42,8% do eleitorado (aptos a votar). O candidato dito primeiro colocado, Romeu Zema (Partido “Novo”), acumulou votos de apenas 26,2% (aproximadamente 4 milhões) do eleitorado total (ou, mesmo na porcentagem dos chamados “votos válidos” – na qual exclui-se aqueles que boicotaram – sua porcentagem não é capaz de superar o rechaço popular, pois não passa de 42,7%).
Em Rondônia, o primeiro colocado para o governo estadual, Expedito Júnior/PSDB, não alcança sequer 20,5% do total do eleitorado apto a votar, enquanto que o boicote à farsa eleitoral atinge 38% do eleitorado, equivalente a 409,4 mil pessoas num total de 1,1 milhão de eleitores.
Em Teresópolis, cidade do Rio de Janeiro, houve eleição suplementar para prefeito. O resultado foi um acachapante fiasco: mais de 56,6% do eleitorado apto a votar não compareceu ou votou nulo e branco. O primeiro colocado, Vinicius Claussen/PPS, ficou com miseráveis 18,6% total do eleitorado. Vinicius acumulou apenas 23,5 mil votos de um total de 125,9 mil eleitores, enquanto o boicote acumulou 61,6 mil do total do eleitorado.
Todos os dados foram retirados do site oficial da Justiça Eleitoral.
Povo boicota ativamente a farsa eleitoral
Ademais dos números que expressam claramente a falência da falsa democracia (ditadura de grandes burgueses e latifundiários a serviço do imperialismo), parte do povo brasileiro boicotou ativamente a farsa eleitoral e inclusive realizou ações.
No Mato Grosso, indígenas de uma aldeia em Brasnorte, a 600 quilômetros da capital Cuiabá, expulsaram soldados do Exército reacionário brasileiro a flechadas. O objetivo dos índios era impedir que adentrassem as urnas eletrônicas ao local, como parte do rechaço à falsa democracia. A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi acionada para tentar entrar na aldeia com os soldados.
Em São José dos Pinhais, no Paraná, na madrugada do dia 4 de outubro, aparentemente duas pessoas atacaram o Fórum Eleitoral da cidade com bombas incendiárias (coquetel molotov). Os homens usaram capuzes para não serem identificados pela repressão. No Fórum estavam centenas de urnas eletrônicas a serem utilizadas na realização da farsa eleitoral, no dia 7. O fogo atingiu a fachada do prédio.
Trabalhador destrói urna eletrônica com marreta em SC. Foto: Edson Padoin
Na cidade Morro da Fumaça, no sul de Santa Catarina, um trabalhador de 25 anos destruiu uma urna eletrônica com uma marretada, durante o pleito. Ele entrou em uma sala e realizou a ação. Ele foi capturado pela Polícia Militar e não pôde falar a razão da ação, mas deduz-se ser parte da indignação popular com a falsa democracia.
Em Campinas, interior de São Paulo, duas urnas eletrônicas foram sabotadas na madrugada do dia 7, antes do início das votações. Pessoas adentraram furtivamente na escola Joaquim Pedroso Sargento, no DIC I, arrombaram uma sala e cortaram os cabos das urnas. A repressão não identificou os populares.
O histórico boicote eleitoral empreendido no primeiro turno do pleito implica um duro golpe na falsa democracia e escancara que as massas populares clamam por uma nova sociedade e um novo sistema a surgir da luta popular e por outros meios, além de impulsionar a crise no seio das classes dominantes.
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