martedì 6 novembre 2018

pc 6 novembre - Sulla vittoria di Bolsonaro - editoriale di A nova democracia - 2

O fim de um sistema político podre e a Vitória de Pirro de um fascista

in via di traduzione

Nunca, em toda a história do Brasil contemporâneo, ficou tão escancarada a natureza farsesca das eleições. Tal é o avançado estágio de putrefação de todo o sistema político de governo do velho Estado de grandes burgueses e latifundiários, serviçais do imperialismo, principalmente ianque, em decomposição acelerada. Isso foi demonstrado pelo próprio fato de restarem, na disputa do segundo turno da eleição presidencial, duas figuras com tamanha rejeição; além do fato de 42 milhões de pessoas a boicotaram e, a maioria daqueles que votaram em um dos dois contendentes o fizeram porque era contra o outro e não principalmente a favor do escolhido ou do que ele dizia defender. Isso devido à baixeza a que se reduziu a campanha, ademais do circo de horrores, corrupção, desfaçatez, cinismo, cretinice, da mentira, engano e todo tipo de vileza que sempre caracterizou a farsa eleitoral.
Ocorrida no ambiente de prolongada crise política, as eleições não eram vistas como um objetivo por ninguém em sã consciência. Menos ainda é hora de – como agora alardeiam o presidente eleito, seus partidários e todo o monopólio de imprensa – “união, paz e tranquilidade para o país”. A gravidade da crise política, expressa na disputa renhida de forças políticas, não pode ser explicada pelas paixões
ideológicas destas, por si mesmas. É sim uma disputa, cada vez mais violenta, entre os grupos de poder representantes das frações das classes dominantes locais pelo controle e hegemonia no domínio da máquina do velho Estado, por decidir qual perderá menos com a grave crise econômica e de como reestruturar o velho Estado para conjurar tal crise e impulsionar esse capitalismo burocrático caduco, ameaçado de colapso.

Tal disputa, antes entre PT e PSDB – e nestas eleições entre PT e Bolsonaro – tem se revestido de artificial polarização falsamente caracterizada entre esquerda e direita, e entre esquerda e extrema-direita, respectivamente. Todas essas siglas partidárias e seus candidatos esbravejam em acusações mútuas e, de fato, só se contrapõem em questões de comportamento da sociedade, porque todos, sem exceção alguma, têm defendido e praticado, no Executivo e Legislativo – apenas com diferenças de nuances de forma – a mesma política econômica ditada e imposta pelo receituário imperialista ianque, bem como a manutenção deste sistema de exploração e opressão do povo e de subjugação da Nação.
Exemplo disto nessas eleições: Bolsonaro, que fez sua campanha acusando o PT de viver de mentiras, mentiu estupidamente ao tachá-lo de esquerda e, delirando, o insulta com o epíteto de comunista. O PT não tem nada de esquerda, muito menos de comunista; tampouco são comunistas os revisionistas calejados do PCdoB, que o secunda. Como falsa esquerda, governou por 14 anos aplicando a mesma política econômica que essencialmente aplicou o PSDB – política que Bolsonaro irá aplicar mais radicalmente.
O PT governou cooptando os movimentos populares para domesticá-los e submetê-los ao pacto de classes e amortecer a luta de classes. Para isso usou do assistencialismo enganador e repressão brutal contra as organizações classistas combativas. Foi só engano e ilusão e, de repente, a crise do capitalismo burocrático lançou tudo por terra. As classes dominantes locais usaram o PT para frear a luta de classes e o cuspiram fora. Só foi uma grande fraude: engano e ilusão do povo de um caminho fácil de melhorar a vida sem sequer arranhar os mínimos interesses da canalha que parasita o povo e a Nação; e fraude ao se fazer passar por “esquerda”, conto do vigário fomentado pelo monopólio de imprensa e a reação anticomunista fanática.
O fracasso do PT e de seus governos ocorreram, ao fim e ao cabo, como também ocorreram com os do PSDB e de FHC, só que mais grave, por vir posteriormente, e seria o mesmo com qualquer um destes partidos. O fracasso e a crise serão ainda mais abaladoras nos próximos governos de turno que se sucederão. Não foi difícil para a reação – com a Rede Globo à cabeça, com o furioso descontentamento e protesto populares, mas principalmente servindo-se do berreiro cego das chamadas classes médias e suas manifestações cívicas contra a corrupção – responsabilizar o PT por tudo de ruim e mal acumulados secularmente, arrastando assim grande parte da então base de “governabilidade” do PT – que, acuada pela Operação “Lava Jato” e no intuito de abafá-la, cerrou fileiras pelo impeachment de Dilma. Assim se fabricou o caldo de cultura para a onda reacionária, posteriormente transformada na bolsonarada manipulada ideologicamente com o fracasso da esquerda, a qual desembocou na farsa eleitoral, dando curso legal e sufrágio popular ao golpe militar contrarrevolucionário, como novo engano do povo.
Tal como os fracassos dos governos anteriores, o mesmo, inevitavelmente, se passará com o governo de Bolsonaro e com o que derivará dele. A eleição do capitão reformado e marajá há 28 anos é uma Vitória de Pirro (1) ganha no grito numa Batalha de Itararé (2). Sua eleição foi um processo que a intervenção militar engendrou para ostentar legitimidade frente à Nação. Entretanto, a base de toda a crise atual é a crise geral de decomposição desse capitalismo burocrático emperrado e de base podre, dentro da crise geral do imperialismo. Mais grave ainda já que seu centro está na crise de decomposição do imperialismo ianque, cujos tremores sísmicos da Bolsa de Nova Iorque já ronda as bolsas de todo o mundo, prenunciando novos e maiores colapsos. De conluios e crescente pugnas no seio do imperialismo, principalmente da superpotência hegemônica única ianque e aliados contra a superpotência atômica russa e aliados, o enfrentamento de sua crise geral aponta para maior exploração dos trabalhadores e maior rapina e pilhagem dos países oprimidos. Para fazer frente à grave crise geral de nosso país, os imperialistas ianques ajustaram com a reação interna estabelecer o regime de força (militar) – o mais disfarçado possível de democracia – necessário para impor tal solução ao povo e à Nação, para maior exploração do povo com o despojo de seus restantes direitos e o saqueio mais desenfreado ainda das nossas riquezas naturais. Nesta condição, diferentemente de 1964, os ianques não poderão aportar dólar algum para tirar o país de tamanha crise econômica, pois que só aportarão militarmente à contrarrevolução como já iniciaram, enviando ao Exército reacionário centenas de blindados fora de uso de suas hordas. A inevitável revolta das massas já iniciada fará inevitável que esta se volte contra todo o sistema dessa velha ordem de exploração e opressão.
Revolta popular e golpe militar contrarrevolucionário preventivo
O curso da história recente do país, de crise econômica-social-política e moral de um sistema caduco, está conformado por crescentes revoltas populares contra a exploração e violência do velho Estado latifundiário-burocrático. Ainda que dispersas, porém tendentes a se unificar – tais como as revoltas de 2013/2014 – as lutas dos camponeses pela terra, greves dos trabalhadores e servidores, como a dos caminhoneiros, de muito já acendeu a luz vermelha de alarme dos guardiões do sistema, as Forças Armadas reacionárias. Através de seu Alto Comando puseram em marcha o plano de golpe militar contrarrevolucionário preventivo ao levantamento geral das massas. Entre conluios e pugnas internas – divergências e lutas da extrema direita com a direita – para definir como o operar, terminando por se unificar temporariamente para viabilizá-lo pela via da farsa eleitoral, pondo o general Mourão de vice. Pelo histórico e natureza deste setor não é nenhum disparate entender o atentado a Bolsonaro como maquinação para gerar comoção e justificar a suspensão das eleições e imposição de uma intervenção militar. O que podemos ver é que, pelo resultado, a emenda saiu melhor que o soneto, já que a falha do atentado fez Bolsonaro de vítima e catapultou sua candidatura.
Portanto, a crise não só continuará como se agravará explosivamente. Nenhum governo saído da farsa eleitoral falida pode deter a crise, pois não pode tirar o país do buraco de imediato e nem a médio prazo. A crise, ao desembocar-se na formação de um regime militar reacionário sufragado nas urnas e disfarçado de civil, selou a falência completa do corrupto sistema político de governo, porém não pode suprimir a corrupção endêmica do velho Estado e inerente a esta velha ordem semicolonial e semifeudal. Tal saída, como movimento contrarrevolucionário preventivo, colocará as Forças Armadas no centro e, assim, a crise irá para o seu seio, engendrando a situação que poderá transformar-se em maior crise militar, maior repressão e genocídio e consequente oposição à violência reacionária por maior violência revolucionária, a guerra civil revolucionária.
Levantar a resistência popular a novo patamar
Frente à situação de grande perigo de uma violenta revolta popular, o plano imperialista ianque de maior militarização do continente, ademais das bases militares no Peru e Colômbia – como já vemos em nosso próprio país as atividades de altos funcionários ianques, em torno do problema migratório venezuelano e no objetivo militar, encoberto por “cooperação científica” quanto à Base de Alcântara – compagina-se com o golpe militar em curso. Como estratégia de longo curso o plano é o de atiçar e provocar conflitos fronteiriços (caso de Venezuela já criado e futuramente com a Bolívia), para evoluí-los em conflitos militares e futuras guerras reacionárias, como formas de intervenção militar indireta, através de “forças multilaterais de paz”, OEA, ONU, etc., generalizando tais conflitos para encobrir a natureza de classes da crise interna de países como o nosso, desviando a atenção em função de conjurar o perigo da revolução democrática, pendente, necessária e inadiável. As labaredas das revoltas populares transformadas em incêndio revolucionário poderão alastrar-se por todo o continente sul-americano.
Os verdadeiros revolucionários e revolucionárias de nosso país devem elevar rapidamente seu nível de atividade na mobilização, politização e organização das massas básicas, parte por parte, e todos e todas ativistas comprometidos com os interesses do povo e da Pátria devem abandonar de vez as ilusões reformistas e se preparar seriamente para a luta revolucionária dura e prolongada. Combater a reação medida por medida elevando constantemente os níveis de organização de vanguarda e de massas.
Abaixo a reação e o fascismo!
Ianques go home!
Viva a Revolução de Nova Democracia!

Notas:
  1. Analogia a evento histórico em que o vencedor perde tanto quando o perdedor.
  2. A batalha que não existiu.

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