Para o fascista Bolsonaro, Exército genocida 'não matou ninguém'
Bolsonaro defende o Exército assassino após cinco dias de silêncio
Nesta sexta-feira, 12 de abril, após
cinco dias de silêncio sobre o assassinato covarde do músico Evaldo dos
Santos Rosa por militares do Exército genocida no Rio de Janeiro, o
gerente de turno Jair Bolsonaro se pronunciou pela primeira vez, tamanha
a repercussão que o crime hediondo obteve em todo o país e no exterior.
Bolsonaro disse que os 80 tiros
disparados contra o carro em que Evaldo transportava sua família para um
chá de bebê foram “um incidente”. E foi além: “O Exército não matou
ninguém, não. O
Exército é do povo e não pode acusar o povo de ser assassino, não. Houve um incidente, uma morte”.
Exército é do povo e não pode acusar o povo de ser assassino, não. Houve um incidente, uma morte”.
Tais palavras foram ditas pelo fascista
durante a inauguração do aeroporto de Macapá, no Amapá, onde ele também
fez demagogia ao dizer que “Não existe essa de jogar para debaixo do
tapete. Vai aparecer o responsável”.
Porém, como afirmamos na nota Amigos e familiares acusam e rechaçam o Exército genocida durante enterro de músico,
“Inicialmente, de forma mentirosa e cínica, o Comando Militar do Leste
havia dito que os militares atiraram contra criminosos que praticaram
assalto na região. Porém, a verdade apareceu rapidamente e o fato gerou
gigante insatisfação na sociedade, obrigando o Exército reacionário a
‘mudar de opinião’, afirmar que iria ‘apurar o caso” e prender os
envolvidos’”.
O “incidente” ao qual Bolsonaro se
refere foi cometido em forma de fuzilamento – 80 tiros – por militares
que, mesmo sabendo que atiraram contra uma família e assassinaram um
trabalhador, ficaram debochando, como denunciou a esposa de Evaldo.
O vice do governo militar de Bolsonaro –
tutelado pelo Alto Comando das Forças Armadas reacionárias –, Hamilton
Mourão, tentando abordar o assunto de forma “técnica”, disse que os
disparos foram “péssimos”. “Se tivessem precisão, não teria sobrado
ninguém no veículo”, afirmou Mourão em entrevista à rádio CBN. Para o
general e vice, os soldados que atiraram e debocharam do assassinato
covarde estavam “sob pressão e forte emoção”, pois assim ocorrem “erros
dessa natureza”.
Já o Ministro da Defesa, Fernando
Azevedo e Silva, disse que foi “um fato isolado no contexto das
operações que os militares brasileiros foram envolvidos até agora”.
Talvez o ministro desconheça os três moradores do Morro da Providência
que foram entregues por militares do Exército a traficantes do Morro da
Mineira, onde foram torturados e assassinados com 46 tiros em 2008. Isso
para citar apenas um caso.
Política escancarada de extermínio
O fato é que, longe de ser um
“incidente”, essa é uma antiga política de Estado: o massacre da
pobreza, que tem sua face mais cruel no Rio de Janeiro. O uso
indiscriminado das forças de repressão pelo velho Estado para
aterrorizar as favelas e bairros pobres são a regra na cidade, e não
“acidentes”. Isso também vale para o Exército genocida, que tem uma
larga trajetória histórica de massacre sobre o nosso povo.
Segundo o Centro Brasileiro de
Solidariedade aos Povos (Cebraspo), em nota publicado sobre o assunto,
“Tanto o governo Bolsonaro, quanto Witzel, aprofundam as políticas
genocidas dos governos anteriores, conduzindo ao extermínio dos pobres,
principalmente negros, com a desculpa do combate ao tráfico de drogas.
Política essa que já tem matado milhares de pessoas no país, sem
qualquer impacto significativo nas atividades ilícitas, que manipulam
muito dinheiro e envolvem gente “de bem” de todas as esferas dos
poderes, senadores, latifundiários, banqueiros".
Prossegue a nota:
"Uma só investigação persistente, a do
assassinato brutal da vereadora Marielle Franco, apreendeu mais armas do
que as operações que a PM e o Exército fazem nas favelas, 117 fuzis
foram encontrados em aparelhos de milicianos, sem matar ou ferir uma só
pessoa.
Em 2018, no Rio de Janeiro sob
intervenção militar, foram oficialmente registradas 1.532 mortes
cometidas por policiais, sem mencionar os desaparecimentos forçados,
somente nesse início de ano, no mês de janeiro, foram mais de 170
mortos. Essa é a política de massacre e extermínio que o Estado oferece
ao povo. Toda solidariedade a Luciana Nogueira e sua família!"
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