Nas últimas semanas, organizações populares realizaram inúmeras atividades de rechaço à farsa eleitoral 2014. As panfletagens, atos públicos, debates, pichações e colagem de cartazes pela campanha de boicote às eleições tomaram as ruas de várias capitais e cidades do interior do Brasil. Somente nas duas primeiras semanas de setembro, a redação de AND recebeu várias fotos, vídeos e relatos de algumas destas iniciativas.
Rio de Janeiro
Morro Chapéu Mangueira, Rio
A Frente Independente Popular (FIP-RJ), que aglutina diversas
organizações de luta, esteve à frente da campanha na capital fluminense.
Nos dias 28/8 e 4, 11 e 17/9 foram realizadas panfletagens na Central
do Brasil. Em cada uma delas, cerca de 8 mil panfletos foram
distribuídos nas entradas da principal estação de trem carioca. Algumas
destas agitações foram acompanhadas por uma grande faixa da Frente
Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo (FRDDP) com a frase ‘Não
votar! Abaixo a farsa eleitoral!’.Também no dia 7 de setembro, no ‘Ato Contra o Terrorismo de Estado Ontem e Hoje’, realizado durante o desfile militar e reprimido pela polícia, foram divulgados panfletos conclamando o boicote.
Rio
— Acreditamos que a eleição não é o meio que modifica a
sociedade, como afirma nosso panfleto. Eleição após eleição, o povo é
obrigado a “eleger” quem vai ser a marionete dos empresários e
latifundiários por mais quatro anos. Independente de quem ganhe o circo
eleitoral, devemos nos preparar para mais lutas contra a criminalização
dos movimentos populares e não manter ilusões com o Estado. Passamos por
anos de FHC e agora estamos já com mais de dez anos do PT no governo.
De lá pra cá, o terrorismo de Estado tem prosseguido e aumentado a olhos
vistos, principalmente contra os lutadores do povo. São farinha do
mesmo saco! — afirmou uma ativista, que concluiu: “Estamos aqui
neste desfile hoje para exigir punição para os torturadores do regime
militar e para desmascarar essa falsa democracia atual, que continua a
reprimir o povo pobre”.— Pra que tanta polícia vestida igual robô pra acompanhar um grupo de pessoas que está apenas fazendo um protesto? Isso aqui é democracia ou não é? — questionou uma idosa que assistia o desfile.
Rio
Em 14 de setembro, a FIP-RJ realizou, no Morro Chapéu Mangueira, Zona Sul, a Feijoada ‘Não vote! Lute pela revolução’.Além da refeição feita por uma moradora da comunidade, os presentes também participaram de um debate sobre a farsa eleitoral, o qual o jornal A Nova Democracia foi convidado a participar junto com o Movimento Feminino Popular (MFP), a Frente Internacionalista dos Sem-Teto (FIST), a Comissão de Pais e Familiares dos Presos Políticos, a Associação de Moradores do Chapéu Mangueira e a própria FIP.
No início da atividade, quando a feijoada estava sendo servida, soldados da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) tentaram impedir o evento alegando que “moradores reclamaram do som alto”. Uma clara tentativa de intimidação por se tratar de um evento de cunho político e pelo fato do som estar baixo. Mas a feijoada transcorreu sem problemas e em intenso clima de companheirismo.
Rio
Por toda a cidade, foram feitas pichações e colados cartazes e
adesivos com os dizeres ‘Eleição não! Revolução sim!’, ‘Não vote! Lute
pela revolução!’, ‘Eleição é farsa!’ etc.Uma série de atividades estão marcadas para ocorrer até 5 de outubro, como um debate organizado pelo Coletivo Ousar Lutar no IFCS da UFRJ, em 25/9, com o tema ‘Por que boicotar as eleições?’.
São Paulo
São Paulo
Em 13 de setembro, ativistas da Frente Pelo Voto Nulo e da Frente
Independente Popular (FIP-SP) realizaram o Ato Contra a Farsa Eleitoral
no Centro da capital. Com faixas, bandeiras e palavras de ordem, os
manifestantes se concentraram em frente ao Theatro Municipal e saíram de
forma vigorosa pelas ruas. Uma grande quantidade de soldados da tropa
de choque da PM cercou o ato, mas não intimidou os presentes, que
obtiveram apoio da população.Em diversos pontos da cidade uma quantidade enorme de cartazes foi colada, tanto da campanha do ‘Não vote’, quanto da campanha ‘Vote Nulo’. Em panfletagens realizadas na região central, ativistas da FIP-SP fizeram ‘cavaletes’ contra a farsa eleitoral.
A Rede de Comunidades do Extremo Sul de São Paulo tem divulgado fotos de pinturas murais com trechos de músicas populares contra os políticos que aparecem a cada dois anos para pedir votos e somem após as eleições, uma delas AND estampou na capa de sua última edição. Em 15 de setembro, foi compartilhada a imagem de uma pichação na ocupação Jardim União com o aviso ‘Território livre de politiqueiros’.
Em Ribeirão Preto, no interior do estado, o Comitê de Boicote à Farsa Eleitoral se somou à campanha e fez intensa atividade de propaganda, ganhando, inclusive, repercussão na imprensa local.
Um novo ‘Ato Contra a Farsa Eleitoral e a Repressão do Estado’ estava marcado para o dia 23/9 com concentração na Praça do Ciclista, na capital. A pauta contra a repressão foi incluída devido aos acontecimentos do dia 16 de setembro quando a PM atacou centenas de famílias que ocupavam um prédio na Avenida São João (ver matéria na página 5 desta edição).
Boicote por todo o país
Brasília
Em Brasília, militantes do Movimento Estudantil Popular
Revolucionário (MEPR) enviaram fotos de pichações nas ruas da capital
federal.Já em Belo Horizonte (MG), ativistas deste mesmo movimento faziam uma agitação na entrada do bandejão da UFMG no dia 10 de setembro, quando guardas da segurança privada tentaram impedir e tomaram o megafone à força dos estudantes. Prontamente, as pessoas que viram o fato foram prestar apoio. Os seguranças devolveram o megafone, mas prosseguiram coagindo os ativistas. Em 18/9, o MEPR realizou um debate com o tema ‘Votar: sim ou não?’ na Faculdade de Educação da UFMG.
Camaçari, Bahia
No Espírito Santo foi criado o Comitê de Combate à Farsa Eleitoral e
na região metropolitana de Recife, Pernambuco, o Coletivo Bagaço e a
Frente Independente Popular (FIP Praieira) fizeram grafites e
panfletagens. Em Camaçari, Bahia, o Bloco de ‘Re-Existência’ também fez
um ato em 7/9.Na fan page de AND no Facebook divulgamos inúmeros registros enviados por leitores e colaboradores de todo o Brasil que podem ser vistos no link facebook.com/jornalanovademocracia.
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